segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Próximo encontro: dia 31/10


Pessoal,
Nesta quarta-feira, dia 31/10, às 17:30h, na sala 52 do ICHS, teremos o terceiro encontro do curso. É fundamental a leitura prévia do texto. Sugerimos leitura atenta dos parágrafos 14 a 26 (o restante do texto). Nestes parágrafos conceitos fundamentais como subjetividade, má-fé, liberdade e humanismo são retomados e aprofundados. Confiram aqui no blog informes e indicações de leituras complementares. Até quarta...

Leituras complementares 2: Liberdade e Responsabilidade


O texto abaixo é um trecho do livro de Sartre “O Ser e o Nada”. Desenvolve a noção de liberdade, esclarecendo alguns de seus aspectos.

Liberdade e Responsabilidade
A consequência essencial de nossas observações anteriores é a de que o homem, estando condenado a ser livre, carrega nos ombros o peso do mundo inteiro: é responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto maneira de ser. Tomamos a palavra “responsabilidade” em seu sentido corriqueiro de “consciência (de) ser o autor incontestável de um acontecimento ou um objeto”. [...]. Portanto, é insensato pensar em queixar-se, pois nada alheio determinou aquilo que sentimos, vivemos ou somos. Por outro lado, tal responsabilidade absoluta não é resignação: é simples reivindicação lógica das conseqüências de nossa liberdade. O que acontece comigo, acontece por mim, e eu não poderia me deixar afetar por isso, nem me revoltar, nem me resignar. Além disso, tudo aquilo que me acontece é meu; deve-se entender por isso, em primeiro lugar, que estou sempre à altura do que me acontece, enquanto homem, pois aquilo que acontece a um homem por outros homens e por ele mesmo não poderia ser senão humano. As mais atrozes situações da guerra, as piores torturas, não criam um estado de coisas inumano; não há situação inumana; é somente pelo medo, pela fuga e pelo recurso a condutas mágicas que irei determinar o inumano, mas esta decisão é humana e tenho de assumir total responsabilidade por ela. Mas, além disso, a situação é minha por ser a imagem da minha livre escolha de mim mesmo, e tudo quanto ela me apresenta é meu, nesse sentido de que me representa e me simboliza. Não serei eu quem determina o coeficiente de adversidades das coisas e até sua imprevisibilidade ao decidir por mim mesmo? Assim, não há acidentes em uma vida; uma ocorrência comum que irrompe subitamente e me carrega não provém de fora; se sou mobilizado em uma guerra, esta guerra é minha guerra, é feita à minha imagem e eu a mereço. Mereço-a, primeiro, porque sempre poderia livrar-me dela pelo suicídio ou pela deserção: esses possíveis últimos são os que devem estar presentes a nós quando se trata de enfrentar uma situação. Por ter deixado de livrar-me dela, eu a escolhi; pode ser por fraqueza, por covardia frente à opinião pública, por que prefiro certos valores ao valor da própria recusa de entrar na guerra (a estima de meus parentes, a honra de minha família etc). De qualquer modo, trata-se de uma escolha. [...].
Nessas condições, posto que todo acontecimento do mundo só pode revelar-se a mim como ocasião (ocasião aproveitada, perdida, negligenciada etc), ou, melhor ainda, uma vez que tudo aquilo que nos ocorre pode ser considerado com uma oportunidade, ou seja, só pode nos aparecer como meio para realizar este ser que está em questão em nosso ser, e uma vez que os outros, enquanto transcendências-transcendidas, tampouco são mais do que ocasiões e oportunidades, a responsabilidade do Para-si se estende ao mundo inteiro como mundo-povoado. É assim, precisamente, que o Para-si se apreende na angústia, ou seja, como um ser que não é fundamento de seu ser, nem do ser do outro, nem dos Em-sis que formam o mundo, mas que é coagido a determinar o sentido do ser, nele e por toda parte fora dele. Aquele que realiza na angústia sua condição de ser arremessado em uma responsabilidade que reverte até sobre sua derrelição já não tem remorso, nem pesar, nem desculpa; já não é mais do que uma liberdade que se revela perfeitamente a si mesmo e cujo ser reside nesta própria revelação. Mas, como sublinhamos no início desta obra, na maior parte do tempo fugimos da angústia pela má-fé.  (Sartre. O Ser e o Nada, p. 678-81)

domingo, 21 de outubro de 2012

Leituras complementares 1


1) Benedito Nunes. Filosofias da existência. In:_____. A Filosofia contemporânea: trajetos iniciais.
Capítulo curto e introdutório sobre as grandes linhas do existencialismo de Sartre, Gabriel Marcel e Karl Jaspers.

2) Franklin Leopoldo e Silva. Sartre. In: Rossano Pecoraro (org.). Os filósofos clássicos da filosofia.
Excelente texto de introdução ao pensamento sartreano. Contém ao final um pequeno glossário com os principais conceitos do autor.

OBS: todos os textos estão disponíveis na pasta do curso no xerox da Tetê  

Próximo encontro (dia 24/10)


Pessoal,
Nesta quarta-feira, dia 24/10, às 17:30h, na sala 52 do ICHS, teremos o segundo encontro do curso. É fundamental a leitura prévia do texto. Sugerimos leitura atenta dos parágrafos 8 a 13. Nestes são apresentados conceitos fundamentais do existencialismo sartriano como: angústia, desespero, desamparo, má-fé e liberdade. Confiram aqui no blog informes e indicações de leituras complementares. Até quarta...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Início do curso: dia 17/10


Pessoal, 
Nesta quarta-feira, dia 17/10, às 17:30h, na sala 52 do ICHS, iniciaremos o curso de extensão Leituras Filosóficas: “O existencialismo é um humanismo” (Sartre). É fundamental a leitura prévia do texto. O texto encontra-se disponível no xerox da Tetê (procurar a pasta do curso). Para este primeiro encontro sugerimos uma leitura mais atenta dos parágrafos 1 a 7. Confiram neste blog informes, sugestões e demais materiais. Aguardamos vocês na quarta. Até...


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

INSCRIÇÕES ENCERRADAS

Encerradas as inscrições para o novo módulo do curso. Todas as vagas foram preenchidas. Agradecemos a procura. Reiteramos que o curso "Leituras Filosóficas" terá continuidade no próximo semestre letivo. Poderemos reeditar algum módulo (Nietzsche ou Sartre) ou trabalhar com novos textos e autores. Sugestões são bem-vindas.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

NOVO MÓDULO


Curso de Extensão
LEITURAS FILOSÓFICAS:
O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO
 (SARTRE)

O curso 'Leituras Filosóficas' tem como objetivo propiciar orientações básicas para uma leitura sistemática de textos filosóficos clássicos e contemporâneos. Nesta edição estudaremos, na íntegra, o livro 'O existencialismo é um humanismo', de Jean-Paul Sartre. Além disso, ensaiaremos interlocuções entre o existencialismo e pensadores como Nietzsche, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade. Antes de cada reunião é imprescindível leitura prévia dos textos indicados.

Cronograma: toda quarta-feira de 17 de outubro a 7 de novembro

Horário: 17:30 às 19h

Local: Sala 52, ICHS/UFMT

Nº de vagas: 15

Público: comunidade acadêmica da UFMT e demais interessados

Carga horária: 6h

Professores: Alécio Donizete e Rodrigo Marcos de Jesus

Inscrição (gratuita): de 5/10 a 17/10, Departamento de Filosofia UFMT, de 9 às 11h e de 14 às 17h.

Informações: Departamento de Filosofia UFMT (3615-8479)